Movimento Bem Maior

18 abr 2022

Cultura da doação faz falta ao Brasil

Imprensa

Doar é ter a compreensão que ampliar a extensão do bem reverbera em todos os níveis da sociedade. É uma atitude que vai além do desprendimento, pois ao possibilitar oportunidades de crescimento, aprendizagem e de uma vida mais digna ao maior número de pessoas possível, vê-se diminuição da violência, da miséria, aumento da produtividade e da qualidade do que é produzido em um país e, consequentemente, teremos um mercado mais competitivo. É tudo o que o Brasil precisa. 

É divagar demais? Penso que não. Prova disso é a história de um dos maiores filantropos de todos os tempos, o industrial escocês, que fez fortuna nos Estados Unidos, Andrew Carnegie (1835–1919), cujo patrimônio, hoje, ultrapassaria US$ 400 bilhões (R$ 2 trilhões). A partir de 1901, o “rei do aço” se dedicou às causas filantrópicas e, até a sua morte, doou o equivalente a US$ 350 bilhões (R$ 1,75 trilhão). 

De origem pobre e consciente de seu papel social, costumava dizer que “o homem que morre rico, morre desonrado”. O magnata deixou um extenso legado, construindo 2.800 bibliotecas nos Estados Unidos e em outros países, além de museus, salas de concerto, fundações e instituições de educação. É impossível mensurar os ganhos sociais das ações filantrópicas de Carnegie. 

Outro exemplo que salta aos olhos é o engajamento obtido pelo movimento The Giving Pledge, criado em 2010 pelo investidor Warren Buffett e pelo fundador da Microsoft, Bill Gates, e sua ex-mulher Melinda French Gates. 

Atualmente, conta com 231 signatários de 28 países, que assumiram publicamente o compromisso de doar, no mínimo, a metade de seus patrimônios para a filantropia, ainda em vida. Fazem parte deste rol, nomes como Elon Musk (homem mais rico do mundo) e Mark Zuckerberg (Facebook).

Em agosto de 2021, chamou atenção o fato de o casal Mariel Reyes e David Vélez, se tornar signatário do The Giving Pledge. De origem colombiana, Vélez é fundador do Nubank, fintech brasileira com 40 milhões de clientes e valor de mercado de US$ 31 bilhões. 

Alguns anos antes, em 2015, Susy e Elie Horn se tornaram o primeiro casal brasileiro a fazer parte do The Giving Pledge. Nascido na Síria, e vivendo no Brasil desde os dez anos de idade, o fundador da construtora Cyrela se comprometeu a doar até 60% de seus bens para filantropia, repetindo o exemplo familiar.

O pai de Horn doou 100% da riqueza amealhada ao longo de 30 anos de trabalho e o avô materno se destacou, em 1914, ao levantar recursos financeiros para construir um orfanato para 3 mil crianças no início da I Guerra Mundial. Hoje, Horn continua na difícil cruzada de convencer seus pares brasileiros a aderirem à cultura de doação. Para tanto, estruturou o Movimento Bem Maior, que apoia mais de 70 projetos sociais em todo país.

Vale pontuar que os casais Mariel Reyes e David Vélez; e Suzy e Elie Horn, são ainda os únicos latino-americanos signatários do The Giving Pledge. Em depoimento ao 3º Diálogos do Movimento Bem Maior, disponível no YouTube, eles contam que destinar parte de seus patrimônios à filantropia vem da vontade de proporcionar uma vida melhor aos que não tiveram as mesmas oportunidades, contribuindo para diminuir o fosso das desigualdades sociais. 

O Brasil tem grande potencial para elevar o volume de doações. É uma questão cultural e cultura é possível mudar, é possível implementar em uma sociedade. Aqui, mesmo doações triviais, realizadas por pessoas físicas a organizações sociais têm seus altos e baixos. Compreender o alcance da nossa missão social é um dos primeiros passos para tornarmos a filantropia algo recorrente. 

O primeiro ano de enfrentamento da pandemia no Brasil foi bastante propício para a discussão do tema e incentivo à prática da doação. Famílias e empresas dos mais variados portes e segmentos, responderam prontamente às urgências da crise sanitária. Doações de valores, alimentos, produtos de limpeza e de material hospitalar foram um alento para quem perdeu emprego, renda, familiares e amigos, sem qualquer chance de se antecipar aos problemas trazidos pelo novo vírus.

De acordo com a pesquisa Doação Brasil 2020, no primeiro ano que enfrentamos a pandemia as doações chegaram a R $10,3 bilhões. A destinação de altos valores, feitos por famílias ou empresas, ganhou ampla divulgação, no entanto, o montante obtido em uma situação emergencial, foi inferior às doações de 2015, quando R$13,7 bilhões foram destinados a filantropia. 

A doação está diretamente ligada ao pensamento de agir para o bem comum, pensando no coletivo para melhorar a vida das pessoas. Nos EUA, por exemplo, é comum ex-alunos bem-sucedidos, graduados em universidades públicas e privadas, realizarem volumes relevantes de doações para essas instituições ou custear bolsas de estudo para estudantes carentes. 

Aqui no Brasil, Elie Horn continua disseminando a importância do ato de doar. Para ele, fazer filantropia é dar valor ao dinheiro. “Em vez de o dinheiro ser o monstro, egoísta, tem de fazê-lo ser um dinheiro bom. Ou você escraviza o dinheiro, ou o dinheiro te escraviza. Não se deve deixar guardado na gaveta, mas usá-lo para fazer o bem para a humanidade”, explica. 

Este artigo foi originalmente publicado no site do jornal O Povo

Download Best WordPress Themes Free Download
Download Premium WordPress Themes Free
Download Best WordPress Themes Free Download
Download Nulled WordPress Themes
udemy free download
download karbonn firmware
Premium WordPress Themes Download
online free course

Assine o Radar MBM, nosso boletim eletrônico mensal!


    Download Best WordPress Themes Free Download
    Download WordPress Themes
    Free Download WordPress Themes
    Premium WordPress Themes Download
    free online course
    download lava firmware
    Download Best WordPress Themes Free Download
    download udemy paid course for free